terça-feira, 23 de julho de 2013

Passe Livre e Tarifa Zero será debatido em Audiência em Cascavel

O sindicalista Paulo Morais, membro do FSC é organizador deste pequeno histórico,  do sistema de transporte público de nossa cidade(apresentado abaixo). Queremos contribuir com a realização da Audiência Pública a se realizar no dia 14 de agosto a partir das 19:00 horas na Câmara municipal de Cascavel. 

O transporte coletivo urbano movimenta 43 milhões por ano, portanto o maior negócio da prefeitura de Cascavel.

A Proposta de Emenda Constitucional 90 de 2011, elaborada por Luiza Erundina,  propõe a inclusão do transporte no artigo sexto da Constituição Federal, passando a considerá-lo um Direito Social. Em decorrência das manifestações de Junho a PEC90 foi aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça, sendo encaminhada para o plenário da Câmara Federal.
Para aprofundar e qualificar o debate acerca do transporte e da política tarifária o Movimento Passe Livre foi convidado, junto com Lúcio Gregori e Marilena Chaui, para falar na Câmara dos Deputados.Veja os videos

A primeira cidade a adotar a Tarifa Zero no país, depois do início dos protestos em defesa da política pública de transporte, é Paulínea SP.

O conhecimento é fundamental para avaliar e ser capaz de propor as medidas necessárias a melhoria dos serviços públicos e a redução/eliminação destas tarifas abusivas. 

Participem deste processo, afinal é de nossa cidade que estamos tratando e queremos melhorar!



Breve relato do Transporte Coletivo Urbano de Cascavel

Na década de 1960 com utilização de peruas, conhecidas como Kombi, transportavam passageiros de forma bastante precária dentro destes veículos chamados de “Lotação”, tendo a frente desta prestação de serviço a tradicional família Miotto.

Considerando pela Constituição como serviço essencial e com o desenvolvimento da cidade e da região começaram a chegar os primeiros ônibus que posteriormente surgiram as primeiras empresas de transporte coletivo em Cascavel. Com o surgimento desta empresas cria-se então o sistema de transporte, mas sem regulamentação ou normas específicas.
Na época a administração do serviço, controla, venda de passagens era feito pelas próprias em presas prestadoras. A tarifa era cobrada por passageiro e toda a arrecadação ia para a própria prestadora.

Até 1989 o transporte era tradicional, os ônibus saiam dos bairros indo até o centro, não atendiam com eficácia a população. Havia excesso de passageiros, longo tempo de espera pelos ônibus e os mesmos dificultavam o escoamento do trânsito na área central.
Uma equipe foi encarregada de analisar as diversas opções de sistema de transporte coletivo. A administração municipal optou por um modelo que representasse o que havia de mais ágil e funcional, proporcionando deslocamento de passageiros pelas várias linhas existentes, com uma única passagem, fazendo integração através de Terminais de Transbordo.

Em 1990 através da Lei Municipal 2.149/1990, adotam-se as primeiras normas de exploração e regulamentação do serviço, que transfere o controle e administração a Companhia de Desenvolvimento de Cascavel – CODEVEL, deixando o transporte coletivo urbano regulamentado através de “Permissão” ou ”Concessão” e sendo celebrados os primeiros contratos de permissão para operação do serviço publico de transporte coletivo de passageiros por ônibus de Cascavel.

Já em 1993 com a Lei Municipal 2.360/1993, criou a TRASTOL – Empresa Pública Municipal de Transporte Coletivos e Afins, que for a sucedida pela atual CCTT – Companhia Cascavelense de Transporte e Tráfego e com ela surge o transporte coletivo urbano de passageiros integrado de Cascavel.

A partir desta época, o transporte coletivo da cidade de Cascavel, é prestado por empresas privadas, permissionárias da prestação do serviço e administrada por empresa de economia mista, criada pelo Município.

O transporte e o trânsito são os únicos serviços que estão por trás de todas as atividades da sociedade. Os mesmos atingem todas as, pessoas todos os dias e o impacto causado pode ser direto, o deslocamento da pessoa em si e indireto pela circulação dos bens e das mercadorias que serão usadas pelas pessoas e pelo setor produtivo.
Para entender melhor as condições que o município adotou para o serviço de transporte publico urbano de Cascavel, vejamos os conceitos de Permissão e Concessão. Observado a Legislação dos Serviços Prestados, a Constituição Federal, Constituição Estadual, Lei orgânica do Município e o Plano Diretor.

Permissão – é o ato administrativo negocial, através do qual a Administração faculta ao particular a execução de serviços de interesse coletivo, ou o uso especial de bens públicos, de acordo com condições por ela estabelecidas, cujo seus principais atributos são:
a)    Unilateralidade: consiste numa declaração de vontade do Poder Público coincidente com a pretensão do particular;
b)    Discricionariedade: as condições iniciais do termo de permissão podem ser alteradas unilateralmente pelo Poder Público;
c)    Precariedade: a permissão pode ser revogada sem que o permissionário possa se opor.
Nas permissões de transporte coletivo requer altos investimentos para a prestação do serviço, o Poder Público reduz a discricionariedade e a precariedade da permissão, fixando em norma legal o prazo de sua vigência e/ou assegurado outras vantagens ao permissionário. Os direitos e responsabilidades do permissionário, do poder pertinente, e dos usuários devem ser claramente definidos em normas regulamentadoras ou serviços estabelecidas em lei, regulamento ou no próprio ato administrativo, as quais visam garantir a prestação do serviço adequado. Para delegar um serviço sob regime de permissão a um particular, o poder pertinente (por exemplo, o executivo) não necessita de autorização do legislativo (por exemplo, Câmara de Vereadores).

Concessão – é a delegação contratual ou legal da execução do servico, na forma autorizada e regulamentada pelo Executivo. A concessão é autorizada por lei, a qual especifica a amplitude do contrato a ser firmado, enquanto que as condições de execução do servico são estabelecidas no regulamento. A concessão o poder concedente delega somente a execução do serviço, a qual esta sujeita a regulamentação e fiscalização do concedente. Toda a concessão esta submetida a duas categorias de normas:
a)    Norma regulamentadora ou servico: determinam o modo e forma de prestação do serviço e são alteráveis unilateralmente pelo Poder Público Segundo as necessidades dos usuários. São estabelecidas em lei, regulamento ou no próprio contrato, visando a prestação de serviços adequados.
b)    Cláusulas econômicas ou financeiras: são cláusulas contratuais que fixam as condições de remuneração do concessionários e só podem ser modificadas por acordo entre as partes.
O contrato de concessão é um contrato administrativo, com vantagens e encargos para o poder concedente e para o concessionário, no qual se defendem as condições de prestação do serviço, estando sujeito a autorização legal, a regulamentação e a licitação. Se constitui, portanto, no documento escrito que:
a)    encerra a delegação do poder concedente;
b)    define o objeto da concessão;
c)    delimita a área, forma e tempo de exploração; e
d)    estabelece os direitos e deveres das partes e dos usuários do serviços.
Extinção da permissão ou da concessão:
a)    Decurso de prazo:
b)    Esgotamento do objeto;
c)    Morte do permissionário/concessionário;
d)    Mérito: quando o Poder Público retoma o serviço por interesse publico;
e)    Inadimplemento: não cumprimento das obrigações;
f)     Desinteresse: denuncia do contrato;
g)    Acordo: Poder Público e o executor optam pela extinção da delegação.
Dados básicos que passaram a compor o sistema de transporte Público Urbano de Cascavel no quadriênio de 1992/1996, sob o comando da Companhia Cascavelense de Transporte e Tráfego, sob a modalidade de concessão e remuneração por kilometro rodado:
Quantidades
Descrição
37
Linhas Alimentadoras
03
Linhas Troncos
03
Linhas semi-expressa
26.984,7
Km rodados por dia útil
122
Carros prestadores do service
50
Carros Capital do Oeste
05
Carros reserva Capital do Oeste
61
Carros Pioneira
06
Carros reserva Pioneira
1.613.200
Passageiros pagantes
154.103
Passageiros não pagantes
450.000
Passageiros não pagantes
66.751
Passageiros por dia útil média
39.804
Passageiros sábados média
24.317
Passageiros domingos/feriados media
394.121,3 Km rodado p/mês
Empresa Pioneira
 376.950,4 Km rodado p/ mês
Empresa Viação Capital do Oeste
1.300.000
Quantidade Vendida

Mediante as informações acima, e de uma forma bastante simples, podemos perceber que dividindo o valor total dos serviços pelo número de passageiros pagantes obteremos o valor da tarifa necessária para o equilíbrio financeiro e econômico do sistema, ou seja, - TF = (TDS+TXADM/PE) resulta na tarifa final.
Vejamos o exemplo:
TF= 1.467.164,31+73.358,22 =  1,0333
       1.490.933

A forma de pagamento para as empresas é por kilometro rodado, a liquidez foi a partir de 10(dez) dias de carência, da seguinte forma: a kilometragem realizada no dia 01 do mês será para no 10 (décimo) dia, e após todos os dias realiza-se o pagamentos diário durante a semana, acumulando os dias de sábado e domingo, pagos na segunda feira.

A venda do vale transporte até então era efetuado pela empresa gestora do sistema que mediante câmara de compensação administrava os recursos para lastrear a utilização dos mesmos.

Esta forma de serviço de transporte atendia o interesse publico, pois socializava as linhas, fazendo com que o ônibus estivesse mais perto do usuário, mesmo na maior distância, tendo como sustentação as linhas superavitárias, independente do resultado por linha, o lucro.

O quadro abaixo demonstra de forma simples para melhorar a compreensão:

Descrição
Valor Unitário
Um litro oleo Diesel
0,757
Um litro oleo motor
2,47
Um litro óleo de câmbio
3,24
Um litro de óleo para diferencial
3,17
Um kilo de graxa
4,49
Pneu Goodyear
485,30
Pneu Firestone
505,00
Pneu Pirelli
500,00
Uma recapagem
147
Um concerto de pneu
5,00
Uma câmara de ar
34,00
Um protetor
18,00
Seguro Obrigatório por veículo
320,79
Chassi OF 1417
72.116,52
Chassi OF 1721
81.071,48
Carroceria Marcopolo M3P
49.000,00
Carroceria Marcopolo M2P
46.000,00
Carroceria Buscar M3P
50.000,00
Carroceria Comil M3P
47.000,00
Salário base motorista
630,00
Salário base cobrador
375,00
Salário médio Pessoal de trafego/Arrec.
511,74
Salário médio Pessoal manut/Almoxarifado
420,67



Para chegar aos valores acima ilustrativo, necessita de um planilhamento técnico de coleta de dados e informações de preços apurado matematicamente e cientificamente, transformando em índices, percentuais e construindo formulas para a devida e precisa apuração.

A título de estudo, as planilhas da época sinalizavam o preço do kilometro rodado para a empresa Pioneira resultava em R$ 2,069 e para a empresa Viação Capital do Oeste o valor de R$ 1,812. Multiplicando-se os valores correspondentes vamos obter a somatória de R$ 1.467.164,31 valor a ser pago as concessionárias, porém incluindo a taxa de gerenciamento de R$ 73.358,22, apura-se o resultado final de 1.540.522,52, que dividindo pelo número de passageiros pagantes 1.490.933 para definir o valor tarifário de R$  1,0333.
A fonte de receita para a sustentação do sistema advem da venda antecipada do vale-transporte, e de possíveis aplicações financeiras.


Longe de ser um documento altamente técnico, mas com uma forma simples de transferir um pouco de complexo e minucioso sistema que é o transporte publico Urbano. 

quinta-feira, 11 de julho de 2013

Vem pra Rua Cascavel - 11 de julho

Os sindicatos associados ao FSC organizam as seguintes ações para o Dia Nacional de Lutas, conforme se pode verificar no boletim informativo que estamos distribuindo na cidade, com a pauta nacional e com algumas questões de interesse de nossa cidade.  

Os servidores da Previdência Social, fizeram manifestação na agência de Cascavel, das 7 às 9 horas da manhã, com a paralisação das atividades e distribuição de uma carta aberta a população.No campus da Unioeste de Cascavel, também haverá paralisação das atividades dos servidores durante todo o dia de hoje.
Haverá ainda manifestações nos locais de trabalho de servidores públicos federais.

Os sindicatos farão a mobilização das categorias, com a distribuição do nosso boletim informativo e convite para o ato das 18:00 horas no terminal Leste.

E o MST estão ocupando as praças de pedágio, para fortalecer a luta pelas medidas necessárias para impedir a continuidade da sangria da economia popular praticada pelas concessionarias no paraná.

Vem pra rua voce também!